Conviver é uma arte e em alguns casos é tão gostoso quanto difícil.
Eu sou filha única e moro na mesma casa desde que nasci. Ou seja, estou MUITO acostumada a ter tudo do meu jeito, meu espaço, minhas manias, minhas esquisitices. Tenho necessidade de ficar só e acima de tudo uma enorme necessidade de privacidade. Minha mãe nunca exigiu que eu me dedicasse às tarefas domésticas; eu fui criada para estudar muito e trabalhar muito (coisas que modéstia à parte eu faço muito bem). Não sou nada Amélia, detesto lavar louça e morro de preguiça de fazer os afazeres domésticos (mas adoro cozinhar, principalmente doces!). Sou muito sincera quanto ao que eu sinto, não faço média com ninguém e detesto fazer as coisas só porque é tradição. Gosto de fazer as coisas porque quero fazer, não porque as pessoas esperam isso de mim. Enfim, me chateiam as obrigações sociais e graças a Deus minha família nunca foi muito ligada nessas coisas. Me importo mais com o conteúdo do que com o verniz, por essa razão quem se importa com o verniz dificilmente vai gostar de mim. Sou educada, mas não sou hipócrita. E acho isso uma grande virtude (para mim uma das minhas maiores virtudes, na verdade), por isso fico
realmente triste quando alguém acha que isso é defeito. Guardo um monte de quinquilharias e por incrível que pareça, me entendo muito bem na minha bagunça. =)
O noivo é super hiper mega ultra master blaster organizado e não aguenta ver nada "fora do lugar" (que na verdade é um conceito totalmente diferente para mim e para ele - para mim fora do lugar é quando alguém arruma minhas coisas e as guarda onde bem entende). Teve uma criação totalmente diferente da minha (e, ao meu ver, bem menos espontânea) e super tem paciência comigo, mas no fundo sempre acho que não vou conseguir corresponder às suas expectativas futuramente.
Sentiram o drama?
Bom, daí que nessas horas eu me desespero e fico pensando se isso vai funcionar quando formos morar juntos. E eu acho que se nos esforçarmos, vai dar tudo muito certo. Temos muito mais afinidades do que divergências, e o mais bacana é que as afinidades são em coisas que eu julgo muito importantes e que também aprendemos com as divergências. E, acima de tudo, o amor que nos une é muito forte, muito intenso, um sentimento maravilhoso, único, especial... =)
Eu ando bem neurótica com isso, mas tenho certeza que com amor, doçura, afeto e compreensão a convivência vai ser mais gostosa e menos complicada.